Eu nem acredito que estou tricotando! Quando pequena, ficava ao lado da minha mãe tentando entender aquela teia.
Meu pai deve ter se compadecido do meu olhar curioso, pois fez agulhas pequeninas para eu também me sentir “produzindo”. Assim eu comecei e aprendi apenas sapatinhos para meu bebê!
Confesso que não fui muito persistente… pois minha mãe e mestra nunca disse que meu trabalho não estava bom; ela delicadamente me poupava dizendo: deixe que eu faço… e eu entendia.
O tempo passou e já sou mãe: duas riquezas, daquelas que adoram se produzir! Os cachecóis fazem parte dos acessórios do inverno. E assim retomei, já com agulhas grandes, engatinhando novamente os pontos de tricô, com uma vontade imensa de aprender novidades para incrementar e variar os cachecóis das minhas queridas.
E mais gente começou a gostar do que eu estava fazendo. Minhas “freguesas” aumentaram: filhas, amigas das filhas, minhas amigas… amigas das amigas…
Comecei também a tentar fazer algumas coisas para bebê: e deu certo!
Descobri que podia fazer roupinhas para enxovais que são doados por instituições. Confesso que isso é o que me dá mais prazer hoje. Não sei dizer bem como acontece, mas na minha casa aparece um monte de lãs, novelos inteiros ou começados, que estão esquecidinhos em algumas casas e que vão se transformar em casaquinhos muito alegres. Ah meus bebezucos! Adoro produzir para vocês.
Costumo brincar que o tricô é meu terapeuta. Tem um poder imenso sobre mim. Termino uma peça já pensando como será a próxima.
Comecei a ponderar e pesquisar sobre o efeito do tricô em nossa vida.
Uma pesquisador, Dr. Herbert Bendon, Diretor do Institute for Mind, Body Medicine do Massachusetts General Hospital e Associate Professor de Medicine na Harvard Medical School, identifica que a prática do tricô pode proporcionar benefícios: acalmar a mente, ajudar a melhorar a concentração, diminuir o stress e a ansiedade, melhorar a auto-estima (devido à beleza das peças produzidas), aumentar a capacidade criativa e o bem-estar.
Confesso que vivencio muito de tudo isso com o tricô.
Alguns pensam que tricotar é coisa do passado. Por meio da internet, símbolo dos tempos modernos, mulheres interessadas pela técnica centenária estão formando grupos virtuais em diferentes locais para discutir assuntos como agulhas, receitas e pontos.
Algumas internautas paulistas, no entanto, resolveram ultrapassar a barreira virtual. Desde 2010 elas se reúnem para colocar o tricô em dia. Entre as rodadas de chope e de petiscos, elas fazem casacos, cardigãs e cachecóis. O ponto de encontro é um Café badalado e freqüentado por tribos moderninhas em São Paulo.
A exemplo dessas paulistas, poderíamos organizar um grupo aqui em Bauru: pode ser no Café Peper, no Frans ou outro local, para trocarmos receitas, revistas, sites e saber das novidades do mundo do tricô. Poderíamos unir nossos restinhos de lã e produzirmos muitas pecinhas para os enxovais de bebezucos muito queridos.
Se você quiser começar comigo, já somos duas!!! Deixe seu recadinho aqui no blog, com sugestão de dia e local para nos encontrarmos. Terá início o grupo “real” de tricoteiras de Bauru. Certamente nos sentiremos praticando Yoga com as mãos.
Pitty